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Oferta Pública de Aquisição: quando uma companhia fecha o seu capital

A OPA é uma proposta para se adquirir um aparte ou a totalidade das ações de uma companhia aberta. Essa operação pode ter diversos objetivos: aquisição de participação, alienação de controle, cancelamento de registro ou saída do Novo Mercado

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O mercado financeiro é um universo vasto e complexo. Dentro dele encontramos processos como a Oferta Pública de Aquisição, mais conhecida como OPA. Mas o que significa isso exatamente? É isso que vamos explorar. 

A Oferta Pública de Aquisição é uma proposta financeira feita por uma entidade. Normalmente, essa entidade deseja adquirir o controle ou parte significativa das ações de uma companhia. Contudo, antes de mergulharmos nos detalhes técnicos, é fundamental entendermos o contexto atual da OPA no mercado financeiro. 

Atualmente, a OPA destaca-se como uma das operações mais comentadas. Isso porque ela pode sinalizar grandes mudanças para uma empresa e seus acionistas. E, diante desse cenário, surge uma série de questionamentos. Entre eles, os mais frequentes são: “Por que uma companhia decide fechar o seu capital?”, “Como isso impacta os investidores?” e “Quais os benefícios e desafios envolvidos?”. 

Ao longo deste artigo, buscamos responder a estas perguntas. Por isso, convidamos você a seguir conosco nessa jornada de descobertas sobre a OPA e sua importância no mundo dos negócios. 

Para tanto, vamos abordar os seguintes tópicos: 

  • O que é a Oferta Pública de Aquisição (OPA)? 
  • Tipos de OPA 
  • O processo de fechamento de capital 
  • Vantagens do fechamento de capital 
  • Desafios do fechamento de capital 
  • Como se determina o preço na OPA 
  • Papel dos órgãos reguladores 
  • Consequências para os acionistas 
  • Alternativas ao fechamento de capital 

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O que é a Oferta Pública de Aquisição (OPA)?

Primeiramente, para compreendermos a OPA em sua totalidade, é essencial definir o conceito. A Oferta Pública de Aquisição, como o nome sugere, é uma oferta feita publicamente. Porém, o que isso implica? 

Quando uma empresa, investidor ou entidade deseja comprar uma quantidade significativa de ações de outra companhia, eles lançam uma OPA. Por meio dela, a entidade compradora propõe um preço por ação. Então, os acionistas têm a liberdade de decidir se vendem ou não suas ações pelo valor proposto. 

A OPA não ocorre do dia para a noite. Ao contrário, ela é resultado de estudos aprofundados e estratégias bem definidas. Em alguns casos, a motivação pode ser a aquisição total da empresa-alvo. Em outros, a intenção pode ser apenas obter uma participação controladora. 

Entretanto, a OPA também pode ter outra finalidade: o fechamento de capital da empresa. E é aí que o cenário fica ainda mais interessante. Afinal, por que uma empresa decidiria sair da bolsa de valores? E o que isso significaria para os acionistas? Adiante, exploraremos estas questões em profundidade. 

Tipos de OPA

Quando falamos de Ofertas Públicas de Aquisição (OPA), é fundamental entender que existem diferentes tipos. Cada um atende a uma finalidade específica no mercado financeiro. 

Em primeiro lugar, temos a OPA por aumento de participação. Neste caso, um acionista majoritário busca ampliar sua participação na empresa. Com isso, ele adquire ações adicionais no mercado, reforçando seu controle sobre a companhia. 

Além disso, existe a OPA por alienação de controle. Aqui, o acionista controlador decide vender sua participação. Portanto, ele faz uma oferta pública para encontrar um comprador para sua parcela majoritária. 

Há também a OPA por cancelamento de registro. Este tipo ocorre quando a empresa decide não estar mais listada na bolsa de valores. Por isso, ela faz uma oferta para recomprar as ações dos acionistas minoritários. 

Outro tipo relevante é a OPA voluntária. Diferente das anteriores, esta não tem um motivo específico. O acionista decide fazer uma oferta pública para adquirir mais ações, mas sem intenções claras, como aumentar o controle. 

Em conclusão, as OPAs são ferramentas versáteis do mercado financeiro. Dependendo do objetivo, acionistas e empresas escolhem o tipo mais adequado para suas estratégias e necessidades. 

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O processo de fechamento de capital

O fechamento de capital é uma decisão estratégica para muitas empresas. Mas como acontece esse processo? 

Primeiramente, a companhia precisa convocar uma Assembleia Geral de Acionistas. Nessa reunião, os acionistas decidem sobre a intenção de fechar o capital. Eles votam e, se aprovarem, o processo começa. 

A seguir, a empresa deve comunicar a Comissão de Valores Mobiliários (CVM) sobre sua intenção. A CVM é o órgão regulador do mercado de capitais no Brasil. Eles analisarão o pedido e as razões para tal decisão. 

Com a aprovação da CVM, a empresa precisa fazer uma Oferta Pública de Aquisição (OPA). Essa oferta tem o objetivo de recomprar as ações dos acionistas minoritários. Durante a OPA, é fundamental oferecer um preço justo pelo valor das ações. 

Uma vez bem-sucedida, e a empresa recompre a quantidade necessária de ações, o próximo passo é cancelar o registro de companhia aberta junto à CVM. 

Por fim, após todas essas etapas, a empresa oficializa seu fechamento de capital. A partir desse momento, ela não possui mais obrigações de divulgar informações ao mercado e aos acionistas minoritários. 

Vantagens do fechamento de capital

Muitas empresas optam pelo fechamento de capital em busca de vantagens estratégicas. Mas quais são esses benefícios? 

Em primeiro lugar, as companhias fechadas enfrentam menos burocracia regulatória. Diferentemente das empresas listadas em bolsa, elas não precisam seguir tantas regras da Comissão de Valores Mobiliários. Consequentemente, reduzem custos e o tempo gasto com a elaboração de relatórios e auditorias frequentes. 

Além disso, sem a pressão do mercado, as empresas podem focar em estratégias de longo prazo. Em muitos casos, as ações de curto prazo visam agradar acionistas, o que pode não ser ideal para a saúde financeira da empresa no futuro. 

A privacidade é outra vantagem significativa. Ao fechar o capital, as empresas não têm a obrigação de divulgar suas informações financeiras ao público. Assim, evitam a exposição de seus dados e estratégias para concorrentes. 

Adicionalmente, sem a influência de acionistas externos, as decisões tornam-se mais ágeis. Isso permite uma resposta rápida a mudanças de mercado ou inovações necessárias. 

Por último, mas não menos importante, o fechamento de capital pode representar uma maior autonomia para os proprietários. Eles recuperam o controle total sobre o destino da empresa e suas operações. 

Desafios do fechamento de capital

O fechamento de capital, apesar de suas vantagens, traz consigo desafios que as empresas precisam considerar. 

Um dos principais desafios é o custo imediato. Para retirar suas ações do mercado, a empresa deve comprar de volta todos os papéis em circulação. Este processo pode exigir uma quantia considerável de capital. Ademais, o preço estipulado para a compra precisa ser justo e atraente para os acionistas, o que pode encarecer ainda mais o processo. 

Outro ponto de atenção é a perda de liquidez. Quando uma empresa está listada em bolsa, seus acionistas têm facilidade em vender suas ações a qualquer momento. Porém, com o fechamento de capital, essa liquidez desaparece, e as negociações de ações tornam-se mais complexas. 

Além disso, o financiamento externo pode se tornar mais desafiador. Empresas listadas frequentemente têm acesso mais fácil a capital devido à sua visibilidade e transparência no mercado. No entanto, após o fechamento, a captação de recursos pode exigir termos mais onerosos. 

Do ponto de vista da gestão, a falta de pressão do mercado pode levar a uma complacência. O escrutínio público e a exigência de acionistas, em muitos casos, motivam a empresa a manter um desempenho de alto nível. 

Por fim, é fundamental considerar o impacto sobre a imagem da empresa. O fechamento de capital pode ser visto como uma falta de confiança no futuro da organização, levando a questionamentos por parte de toda a comunidade. 

Como se determina o preço na OPA

Determinar o preço correto em uma Oferta Pública de Aquisição (OPA) é fundamental. Esse preço impacta tanto a aceitação dos acionistas quanto o sucesso da operação. 

Para começar, as empresas frequentemente contratam instituições financeiras especializadas. Estas realizam uma avaliação minuciosa da companhia, conhecida como “valuation”. Através desta análise, identifica-se o valor intrínseco da empresa, levando em consideração ativos, lucratividade futura e posicionamento de mercado. 

Além disso, o histórico de negociação das ações no mercado também tem relevância. Olhar para a média de preços em um período recente pode fornecer uma base para a oferta. Porém, essa análise sozinha não é suficiente, uma vez que o mercado pode estar sob influências temporárias. 

É importante considerar também os múltiplos de mercado. Esse método compara a empresa em questão com outras do mesmo segmento. Analisando indicadores como P/L (Preço/Lucro) e P/VPA (Preço/Valor Patrimonial por Ação) de companhias similares, consegue-se uma noção do valor de mercado aceitável. 

Outro aspecto a considerar é o prêmio da oferta. Em muitos casos, para incentivar os acionistas a venderem suas ações, a empresa oferece um valor superior ao preço atual de mercado.  

Entretanto, é essencial que o preço proposto seja justo e equitativo. Afinal, um preço baixo pode resultar na rejeição da oferta, enquanto um preço alto pode comprometer a saúde financeira da empresa que propõe a OPA. 

Papel dos órgãos reguladores

Os órgãos reguladores desempenham uma função vital no cenário financeiro. Eles garantem que as operações de mercado ocorram de maneira transparente, justa e íntegra. 

Primeiramente, a Comissão de Valores Mobiliários (CVM) é o principal órgão no Brasil encarregado dessa supervisão. Ela fiscaliza as atividades das empresas listadas em bolsa, além de intermediários e investidores. Por meio de normas e regulamentos, a CVM assegura a proteção dos acionistas minoritários e a integridade do mercado. 

Além disso, esses órgãos atuam na prevenção de práticas abusivas. Eles investigam e sancionam condutas prejudiciais ao mercado, como a manipulação de preços e uso de informações privilegiadas. Assim, garantem que todos os players operem sob as mesmas regras, evitando desequilíbrios e favorecimentos. 

Em relação às OPAs, a CVM estabelece critérios para a divulgação de informações. As empresas devem fornecer dados precisos, claros e tempestivos, evitando que acionistas tomem decisões baseados em informações incompletas ou enganosas. 

Também é papel do órgão regulador aprovar o preço oferecido na OPA. Este processo envolve uma análise detalhada para assegurar que o valor seja justo e adequado para os acionistas.  

Por fim, vale ressaltar a importância da interação entre os reguladores e os participantes do mercado. Eles frequentemente recebem sugestões, reclamações e consultas, formando um diálogo contínuo que aprimora o ambiente de negócios. 

Consequências para os acionistas

Quando uma empresa decide fechar seu capital por meio de uma OPA, os acionistas enfrentam um cenário novo e repleto de consequências. 

Primeiramente, os acionistas recebem uma proposta de compra para suas ações. Esse valor, geralmente, considera uma avaliação justa do preço da ação. Assim, muitos veem essa oferta como uma oportunidade de obter lucro, principalmente se a ação estiver sendo negociada a um preço abaixo do ofertado. 

Além disso, os acionistas passam a ter uma decisão importante em mãos. Eles podem aceitar a oferta e vender suas ações ou optar por mantê-las. Contudo, é essencial estar ciente de que, após o fechamento de capital, a liquidez dessas ações tende a ser drasticamente reduzida. Ou seja, ele se torna um acionista de uma empresa de capital fechado e não terá mais o ambiente de bolsa para negociar. 

Por outro lado, a OPA pode refletir uma estratégia da empresa para melhorar sua gestão e performance. Muitas vezes, sem a pressão do mercado, as companhias conseguem focar mais em estratégias de longo prazo. Portanto, os acionistas que decidem permanecer podem se beneficiar dessas mudanças no longo prazo. 

Adicionalmente, o processo de OPA também exige transparência. A empresa precisa fornecer informações detalhadas sobre a oferta e seus motivos. Isso permite que os acionistas tomem decisões informadas, pesando prós e contras. 

Alternativas ao fechamento de capital

Fechamento de capital é uma opção estratégica que as empresas podem adotar. No entanto, existem alternativas que as companhias consideram antes de tomar tal decisão. 

Primeiramente, uma empresa pode optar pela recapitalização. Esse processo envolve a emissão de novas ações. Assim, a companhia consegue injetar mais capital em seus cofres e, muitas vezes, diluir a participação de acionistas indesejados. 

Além da recapitalização, a fusão ou aquisição surge como uma alternativa. Ao se unir a outra empresa, a organização pode buscar sinergias operacionais e financeiras. Ademais, essa união pode levar a uma maior diversificação de produtos ou geografias e, consequentemente, a um crescimento mais robusto. 

Outra alternativa é a reestruturação da empresa. Nesse sentido, a companhia pode reorganizar seus departamentos, otimizar processos e até mesmo vender ativos não essenciais. Ao fazer isso, busca-se melhorar a eficiência e a rentabilidade da organização. 

Para empresas que desejam manter a transparência, mas diminuir a pressão do mercado, existe a possibilidade de migrar para segmentos de listagem com menores exigências na bolsa. Dessa forma, ainda se mantém algum nível de governança, porém com menor exposição e demandas. 

Por fim, vale lembrar que o fechamento de capital não é uma decisão fácil e nem sempre é a mais apropriada. É fundamental que as empresas analisem todas as opções disponíveis, considerando os benefícios e desafios de cada uma, para então escolher o melhor caminho. 

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