A oferta pública inicial é a porta de entrada para a negociação de ações da empresa na bolsa de valores. Significa a primeira venda de valores mobiliários ao público e o ingresso desses ativos para negociação no mercado de capitais.
A Oferta Pública Inicial (do inglês, Initial Public Offering – IPO) é um processo complexo, caro e longo. Desta forma, as empresas precisam ter um estágio de amadurecimento dos seus negócios para receber os novos sócios após a finalização do IPO.
Mesmo que o nível de exigência de conformidade seja alto, as empresas que abrem capital apostam na alavancagem do caixa movido pela motivação dos novos acionistas.
A distribuição de ações permite à empresa acessar o capital dos investidores. Por outro lado, as possibilidades de rentabilidade que a empresa oferece ao longo do tempo atrai investidores.
Do ponto de vista do investidor, o processo do IPO carrega um misto de curiosidade e interesse, que teoricamente, pode ser sanado através da análise do prospecto que contém as informações da oferta disponibilizado pela empresa.
Nesse artigo você entenderá os motivos que levam as empresas e os investidores a participarem de uma IPO.
Ao final, esperamos que este conteúdo auxilie na tomada de decisão sobre investir ou não, em empresas que estão começando a caminhada na bolsa de valores.
Para tanto, este artigo abordará os seguintes temas:
- motivos para iniciar um IPO;
- jornada do IPO;
- precauções na hora de investir.
Motivos para fazer uma Oferta Pública Inicial (IPO)
As empresas que iniciam o processo de abertura de capital passam por muitas exigências para atingir alto grau de conformidade em diferentes áreas.
O IPO é bem exigente em termos de governança, controles internos, saúde financeira, recursos humanos entre outros. Esse processo pode levar meses ou anos até que tenha todos os requisitos atendidos.
Além disso, é desejável que a empresa contrate uma auditoria independente para apontar inconformidades, que também precisam ser corrigidas e realizadas alterações estruturais nas empresas, se for o caso.
Apesar de toda exigência, o IPO traz uma perspectiva muito boa para as empresas. O primeiro motivo é o acesso ao capital.
Com a presença de novos acionistas, a empresa pode captar recursos financeiros para investir e ampliar a sua produtividade com a grande vantagem que não tem a obrigação de retorno específico como um rendimento de renda fixa, por exemplo.
- Primeiro, se a empresa tiver sucesso no IPO, ela tem a possibilidade de captar recursos para o seu caixa na faixa de milhões e até bilhões.
- O segundo motivo é a liquidez das ações. Como não tem data de vencimento, a negociação de compra e venda das ações traz um alta liquidez nas transações.
- O terceiro motivo, é que o processo do IPO ajuda no aumento da percepção de credibilidade da empresa devido às exigências em relação a governança corporativa.
- Finalmente, o quarto motivo é que após finalizar o IPO e iniciar o processo de negociação em bolsa, a empresa ganha mais visibilidade e reconhecimento por parte da opinião pública.
Jornada do IPO
Basicamente são 3 processos para a oferta pública inicial: estruturação da operação, estruturação da oferta e o pós-IPO. Vejamos, em detalhes, cada um desses processos.
Estruturação da operação
Assim que a empresa decide começar a IPO, ela precisa, primeiramente, escolher o auditor e o coordenador líder que será o responsável pelo andamento dos processos.
No momento posterior, a empresa precisa adequar-se a lei das S.A e reestruturar os estatutos e procedimentos legais da organização.
O passo seguinte é elaborar o prospecto. O prospecto deve ter informações como as principais características das ofertas, destinação dos recursos, plano e perspectiva de investimentos da empresa, situação atual, estrutura da companhia, entre outros.
No prospecto também precisa discriminar os fatores de risco do negócio para ajudar o investidor a tomar a melhor decisão. Enfim, o prospecto precisa ter tudo que a empresa pretende fazer com o dinheiro.
O pedido de registro da oferta e da abertura do capital aberto podem ser realizados simultaneamente.
Para fazer o pedido de registro de oferta na CVM, a empresa precisa estar com toda a documentação exigida pela resolução 400/2003 como contrato de distribuição de valores mobiliários e contrato de estabilização de preços e/ou garantia de liquidez. O registro da CVM quando deferido, autoriza a distribuição das ações.
O pedido na B3 para abertura de capital passa por uma análise documental e o objetivo é verificar a conformidade dos aspectos societários. A B3 também define qual é o tipo de listagem que a empresa será classificada.
Estruturação da oferta
Em relação a estruturação da oferta pode ter categorias diferentes conforme o tipo de investidores. Um exemplo clássico, é oferta com prioridade para acionistas ou limitação de número de ações para pessoas físicas.
Na oferta também precisa incluir se haverá lote adicional e/ou lote suplementar. O lote suplementar tem a função de estabilizar o preço da ação após a negociação no mercado secundário. Pode ser de até 15 % da oferta- base. Além disso, o lote adicional é utilizado no dia da precificação se a demanda for maior do que a oferta. Pode ser de até 20% da oferta-base.
É comum que a empresa realize um roadshow para apresentar a oferta aos investidores institucionais. Assim, os gestores dos investidores enviam as ordens de demanda aos coordenadores que recebe, processa e armazena as ordens. Essa etapa se chama bookbuilding.
A medida que os coordenadores recebem as ordens de demanda vai se consolidando a etapa de precificação. O livro de ordem (book) é fechado quando já foi definido o valor e a quantidade de ações.
Após o período de reserva e alocação e entrega da documentação exigida, a CVM concede o registro definitivo da oferta.
Pós- IPO
A etapa de pós-IPO inclui, principalmente, a liquidação da oferta e o início da negociação na bolsa de valores.
Precauções na hora de investir
O IPO não é para amadores. No mercado financeiro você pode encontrar algumas empresas que pretendem apenas captar recursos financeiros sem a preocupação real com a rentabilidade das ações.
Por isso, vale a pena conhecer o mercado de atuação da empresa, estudar sobre a empresa que você pretende investir para evitar ciladas.
Procure informações que te ajude a tomar decisões mais assertivas, busque profissionais qualificados no mercado financeiro. Não acredite em pessoas que não entendem sobre o funcionamento do mercado financeiro, principalmente, da renda variável.
Outro cuidado é evitar as ofertas que os acionistas ficam em último lugar porque não é conveniente para o investidor. Leia com atenção o prospecto da oferta antes de escolher qual empresa vai investir.
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