Fundos de Investimento: a nova divisão em classes e subclasses

A reestruturação do mercado de fundos de investimento introduziu novas classes e subclasses, proporcionando clareza e facilitando a escolha de investimentos alinhados ao perfil e objetivos de cada investidor.

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O mercado de fundos de investimento é um componente vital do sistema financeiro. Ele oferece diversas opções para investidores que buscam rentabilidade e diversificação. A nova divisão em classes e subclasses, recentemente implementada, revolucionou este mercado. Esta mudança reflete as dinâmicas atuais do mundo dos investimentos e as necessidades dos investidores.

As classes e subclasses de fundos proporcionam uma compreensão mais clara e detalhada das opções de investimento. Além disso, elas auxiliam na escolha mais alinhada aos objetivos e ao perfil de risco de cada indivíduo. É essencial entender essas categorias para fazer escolhas informadas.

O propósito desta reformulação é simplificar e tornar mais transparente o processo de seleção de fundos. Assim, ela permite que investidores, tanto experientes quanto novatos, tomem decisões mais assertivas. A classificação mais detalhada beneficia o mercado, promovendo maior clareza e confiança.

Neste artigo vamos as implicações dessas mudanças. Ele abordará a estrutura dos fundos de investimento e a importância desta nova classificação. Compreender esses aspectos é crucial para qualquer pessoa que deseje investir de maneira eficaz e segura.

Vamos abordar os seguintes tópicos:

  • Fundamentos dos Fundos de Investimento
  • Novas Classificações
  • Classes de Fundos
  • Subclasses Específicas

Fundamentos dos Fundos de Investimento

representação da divisão de fundosOs fundos de investimento representam uma ferramenta essencial no universo financeiro. Eles funcionam como um conjunto de recursos, geridos por profissionais, para investir em diversos ativos. Sua principal vantagem é a possibilidade de diversificar investimentos, mesmo com montantes menores.

Cada fundo possui uma política de investimento definida. Esta política determina em que tipos de ativos o fundo pode investir. Além disso, estabelece o perfil de risco e os objetivos do fundo. Portanto, os investidores, ao aplicar em um fundo, adquirem cotas que representam uma parte do patrimônio total do fundo.

A gestão dos fundos é realizada por profissionais especializados. Eles tomam decisões baseadas em análises de mercado e tendências econômicas. Isso é vantajoso para investidores que não têm tempo ou conhecimento para gerir seus próprios investimentos. Os gestores buscam maximizar os retornos, respeitando a política de investimento do fundo.

O investimento em fundos também oferece liquidez. Dependendo do tipo de fundo, o resgate das cotas pode ser feito rapidamente. Isso proporciona flexibilidade ao investidor, permitindo que ele movimente seus recursos conforme suas necessidades.

É importante lembrar que fundos de investimentos fazem parte da categoria de renda variável.

A escolha de um fundo de investimento deve considerar o perfil de risco do investidor. Além disso, é importante estar atento às taxas de administração e performance, que podem impactar os retornos. A transparência na gestão e a credibilidade da instituição administradora são fatores cruciais na decisão.

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As cotas dos fundos de investimento

As cotas de um fundo de investimento representam a menor divisão do patrimônio líquido desse fundo. Precisamos lembrar que o patrimônio líquido são os ativos do fundo, descontando todas as suas obrigações e demais gastos. Dessa forma, as cotas funcionam como um mecanismo essencial para a existência de um condomínio de investidores. Nesse contexto, cada investidor tem a liberdade de adquirir a quantidade de cotas que desejar e que estiverem disponíveis. A pessoa que compra cotas é denominada cotista.

Essas cotas são de natureza escritural e nominativa, ou seja, não têm existência física, existindo apenas em sistemas de custódia. São nominativas porque permitem identificar o seu proprietário. Cada cota corresponde a uma fração do patrimônio da classe de cotas do fundo, estabelecendo direitos e obrigações para os cotistas, conforme regulamentado.

A cota de um fundo é, portanto, uma fração do patrimônio líquido da sua classe. Por exemplo, um fundo com patrimônio líquido de R$ 1 milhão e 100 mil cotas terá cada cota avaliada em R$ 10,00. Muitos fundos permitem investimentos a partir de uma cota, viabilizando a entrada de diversos investidores com montantes acessíveis.

O principal objetivo de um fundo de investimento é valorizar as cotas ao longo do tempo, gerando riqueza para os seus cotistas. Este aumento de valor é o foco central da gestão do fundo.

É importante notar que o regulamento do fundo pode limitar a responsabilidade do cotista ao valor investido. Na ausência dessa cláusula, os cotistas podem ser responsabilizados por valores além do investido, especialmente em situações de patrimônio líquido negativo do fundo. Esta possibilidade deve ser considerada ao escolher um fundo para investir.

Classes de fundos de investimento

ilustração da classificação de fundosEm um fundo de investimento, é possível ter diferentes classes de cotas, cada uma com seus próprios direitos e deveres. Imagine que cada classe é uma parte do fundo. Por exemplo, num fundo de ações, uma classe pode ser voltada para empresas novas, enquanto outra se foca em empresas do Ibovespa. Aqui, o administrador tem um papel crucial: ele precisa criar um patrimônio separado para cada classe, garantindo que tudo fique bem organizado.

Mais uma coisa: todas as classes de cotas de um fundo devem obedecer ao mesmo tratamento tributário. Ou seja, não se pode criar classes com regras de tributação diferentes das outras. Se um fundo é de renda fixa e tem várias classes, todas elas vão seguir as mesmas regras de impostos desse tipo de fundo.

Agora, vamos falar de uma parte muito importante: o patrimônio de cada classe de cotas. Ele só responde pelas obrigações daquela classe. Então, se um fundo de renda fixa tem três classes, cada uma tem seu próprio patrimônio, bem separado. O que acontece em uma classe fica naquela classe e não mexe com as outras.

E tem mais: existem as “subclasses”. É como se o fundo fosse um prédio, com andares e apartamentos. Cada divisão, ou “subclasse”, fica bem definida dentro da estrutura do fundo.

Exemplo

A imagem abaixo ilustra o relacionamento das classes e subclasses.

relação entre classes e subclasses de fundos

Fonte: Melver

Perceba que há várias categorias de fundos, definidas pela sua política de investimento e regulamento:

  • Fundos de investimento financeiro – FIF;
  • Fundos de investimento em direitos creditórios – FIDC;
  • Fundos de investimento imobiliário – FII;
  • Fundos de investimento em participações – FIP;
  • Fundos de índice – ETFs;
  • Fundos previdenciários.

Por exemplo, um FIF que só poderá investir em ativos financeiros, poderá ter as seguinte classes conforme os ativos: renda fixa, ações, cambiais e multimercado. Veja que quando falamos de classes estamos nos referindo ao arranjo dos ativos que compõem a carteira do fundo.

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Subclasses

As classes de um fundo são como caixinhas que separam os diferentes tipos de ativos: temos títulos de renda fixa, ações, moedas estrangeiras, entre outros. Além disso, dentro de uma mesma classe, ainda é possível ter subdivisões, chamadas subclasses, que se diferenciam pelos compromissos assumidos com os investidores, o que o mercado também chama de passivos. A CVM nos diz que essas subclasses podem existir para atender a diferentes grupos de investidores. Tais subclasses visam atender investidores com variados prazos e condições para colocar e retirar dinheiro, além de diferentes taxas de administração e outras cobranças.

Importante lembrar: mesmo com a existência de subclasses, o valor de cada cota é calculado pela divisão do patrimônio líquido pelo número total de cotas de cada classe ou subclasse, individualmente. Além disso, cada subclassificação tem seu próprio patrimônio e segue as mesmas regras fiscais.

Exemplos

Vamos exemplificar com dois fundos: um de classe única e outro com múltiplas classes e subclasses.

O primeiro é um fundo de investimento financeiro, do tipo renda fixa referenciado, que busca acompanhar a taxa DI. Esse fundo é bem direto, ou seja, uma classe só, para todo tipo de investidor, sem subdivisões, mantendo os direitos e obrigações iguais para todos.

ilustração da divisão em classes e subclasses

Fonte: Melver

Agora, vamos olhar para o segundo exemplo, o fundo de investimento financeiro do tipo MELV Fundo de Investimento Renda Fixa Referenciado – DI. Nele, temos duas classes distintas: a classe A investe em títulos públicos federais, e a classe B, em cotas de outros fundos. E aqui, na classe B, criamos três subclasses com condições específicas:

  • Uma para quem quer começar investindo pouco;
  • A segunda para aqueles que procuram taxas de administração reduzidas.
  • A terceira que é voltada para aqueles que planejam retirar seu dinheiro mais para frente.

Por exemplo, observe a imagem abaixo que ilustra bem essa divisão.

detalhamento da divisão de classe e subclasse

Fonte: Melver

Não podemos esquecer de três regras de ouro:

  • Os patrimônios das classes A e B são independentes.
  • As subclasses também têm seus patrimônios separados.
  • Todos, sem exceção, seguem a mesma política de tributação.

Classes abertas e fechadas

Um fundo de investimento pode funcionar de duas maneiras distintos. O do tipo classe aberta, que permite resgatar o dinheiro seguindo as regras do fundo. Além disso temos as classes fechadas, que não permitem resgates. Os fundos abertos são aqueles bem comuns nos bancos, incluindo os de renda fixa, de ações, cambiais e os multimercados.

É bom ficar ligado: se o fundo for aberto, não é possível passar as cotas para outra pessoa, a não ser em situações bem específicas. Um bom exemplo é quando da partilha de bens (meação) ou herança. Em casos assim, um magistrado pode determinar a transferência das cotas para os herdeiros ou meeiros (divorciados).

Por outro lado, as cotas do tipo fechado, como as de fundos de investimento imobiliário, essas sim podem trocar de mãos. É possível fazer isso com um documento oficial de transferência ou negociando em lugares apropriados, como a bolsa de valores. Além disso, muitos fundos fechados, depois de ofertados publicamente, podem ser negociados em ambiente de bolsa, como no caso dos fundos imobiliários.

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