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Como funciona a administração e a gestão de um clube de investimento

Um clube de investimento é uma aplicação financeira coletiva. Este artigo explora a administração, gestão e estrutura, destacando as vantagens, as regulamentações da CVM, e a importância da política de investimentos para alcançar os objetivos.

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Um clube de investimento é uma forma coletiva de aplicação financeira. Nele, investidores se unem para alcançar objetivos em comum. Neste artigo, exploraremos o funcionamento da administração e gestão desses clubes.

Ao participar de um clube de investimento, o investidor obtém diversas vantagens. Com menor capital inicial, consegue acesso a uma carteira diversificada. Além disso, a gestão profissional garante análises mais aprofundadas dos ativos.

Para criar um clube, é necessário seguir regulamentações específicas. Por exemplo, órgão regulador exige o estatuto e regimento interno detalhados, o que proporciona transparência e segurança aos membros.

Assim, ao longo do artigo, abordaremos os detalhes sobre a formação e estrutura do clube. Em seguida, analisaremos a responsabilidade dos membros fundadores na administração. Também veremos a atuação do gestor na gestão de carteira e alocação de ativos.

Concluiremos destacando a relevância da administração e gestão eficiente para o sucesso do clube. Por isso, incentivaremos os leitores a considerarem essa alternativa para potencializar seus resultados financeiros.

Abordaremos os seguintes tópicos:

  • O que é um clube de investimento?
  • Formação e estrutura do clube de investimento
  • Administração do clube de investimento
  • Gestão de carteira e estratégias de investimento

O que é um clube de investimento?

Um clube de investimento é uma modalidade coletiva de aplicação financeira. Nele, os participantes se unem para investir em conjunto. Dessa forma, podem alcançar objetivos financeiros de forma mais eficiente.

Profissionais de investimento discutindo sobre clubes de investimento

Muita atenção para um detalhe crucial: o número de investidores em um clube não pode ultrapassar a cinquenta indivíduos, e não pode ser menor do que três.

Inicialmente, é importante compreender a definição do clube de investimento. Esse tipo de investimento se destaca pela sua natureza colaborativa. Por exemplo, o que os investidores aportam valores no clube é dividido em cotas. Dessa forma, cada investidor possuirá um número de cotas proporcional aos valores investidos.

Além disso, como a natureza de um clube de investimento é a colaboração entre diferentes investidores, nenhum cotista poderá possuir mais do que 40% do total das cotas.

Os valores investidos são então utilizados para a aquisição de diversos ativos financeiros. Mas há uma regra fundamental:  67% do patrimônio deve ser composto, no mínimo, de títulos e valores mobiliários.

Para criar um clube de investimento, é necessário cumprir as regulamentações da Comissão de Valores Mobiliários (CVM). Além disso, estatuto deve ser elaborado com clareza e transparência prevendo uma série de especificidades do clube.

Estrutura e funcionamento dos Clubes de Investimento

A estrutura e funcionamento de um clube de investimento depende de quatro fatores:

  • Distribuição de cotas;
  • Estatuto;
  • Registro;
  • Assembleia Geral.

Distribuição de cotas

A distribuição de cotas de clubes independe de registro na CVM, mas deve ser realizada por intermédio da B3.

pilhas de moedas separadas em grupo, representando a distribuição de cotas de clubes de investimento

Um clube de investimento não pode buscar cotistas de qualquer maneira. Ou seja, é vedada a busca de cotistas com a utilização de serviços públicos de comunicação. Isso inclui: a imprensa, o rádio, a televisão e páginas abertas ao público na rede mundial de computadores, bem como por envio de malas direta etc.

Qualquer material utilizado na distribuição de cotas deve seguir as seguintes regras:

  • Ser meramente informativo;
  • Ser consistente com o Estatuto do clube;
  • Conter informações verdadeiras, completas e que não induzam o investidor a erro;
  • Usar linguagem simples e objetiva, advertindo os leitores para os riscos do investimento;
  • Fazer menção (em destaque) de que se trata de material de divulgação;
  • Fazer menção (em destaque) quanto a eventual possibilidade de o clube realizar operações em mercado de derivativos;
  • Fazer menção (em destaque) sobre a possibilidade de perda do capital investido.

Estatuto

Tal como acontece com os fundos de investimento, os clubes devem ter um Estatuto que prevê determinados parâmetros para o seu funcionamento.

Sendo assim, o estatuto de um clube deve dispor, no mínimo, sobre:

  • Qualificação do administrador;
  • Qualificação do gestor da carteira e do custodiante;
  • Prazo de duração, se determinado ou indeterminado;
  • Política de investimento a ser adotada, contendo os ativos que podem compor o patrimônio do clube, requisitos de diversificação de investimentos e possibilidade de realizar operações no mercado de derivativos;
  • Taxa de administração, fixa e expressa em percentual anual do patrimônio líquido (base 252 dias);
  • Taxa de performance, se houver;
  • Condições para a aplicação e o resgate de cotas, inclusive no que tange a prazos;
  • Política de distribuição de resultados, se houver, compreendendo os prazos e as condições de pagamento;
  • Exercício social do clube;
  • Política de divulgação de informações, inclusive as relativas à composição de carteira;
  • Política relativa ao exercício de direitos de voto do clube, em assembleias gerais das companhias nas quais o clube detenha participação;
  • Obrigações e responsabilidades do administrador e do gestor;
  • Forma de convocação e prazo para realização da assembleia geral;
  • Modo e condições de dissolução e liquidação do clube.

Assembleia Geral

Obviamente que o estatuto de um fundo pode ser alterado por força de Lei, ou por decisão de seus cotistas. Neste último caso existe a Assembleia Geral, que pode deliberar e alterar o estatuto. Além de alterar o estatuto, a Assembleia Geral pode deliberar sobre os seguintes assuntos:

  • As demonstrações financeiras apresentadas pelo administrador;
  • Substituição do administrador ou, em caso de eleição pela assembleia, do gestor;
  • Fusão, incorporação, cisão, transformação, dissolução ou liquidação do clube;
  • O aumento da taxa de administração;
  • A alteração da política de investimento do clube;
  • A alteração do estatuto.

Investidores em assembleia de clube de investimento

A Assembleia Geral será convocada pelo administrador do clube:

  • Por sua iniciativa;
  • Por solicitação do gestor;
  • Por solicitação de cotistas que representem, no mínimo, 30% do número de cotistas ou do total de cotas emitidas; e
  • Nos casos exigidos pela regulamentação aplicável.

Administração do clube de investimento

Tal como acontece com fundos de investimento, os clubes de investimento devem ter também um administrador que poderá ser:

  • Sociedade corretora;
  • Sociedade distribuidora;
  • Banco de investimento;
  • Banco múltiplo com carteira de investimento.

São deveres do administrador do clube:

  • Diligenciar para que sejam mantidos, atualizados e em perfeita ordem, na forma estabelecida pela Bolsa:
    • Documentos e registros, administrativos e financeiros;
    • A comprovação do envio de comunicações e documentos à entidade administradora de mercado e de comunicações e extratos aos cotistas;
    • A documentação necessária à comprovação do cumprimento das obrigações tributárias.
  • Liquidar as operações realizadas pelo clube, inclusive recebendo, em nome deste, os rendimentos ou quaisquer outros valores a ele devidos;
  • Efetuar, diretamente ou por meio de terceiro, devidamente habilitado e autorizado, a escrituração da emissão e do resgate de cotas;
  • Manter os títulos, os valores mobiliários e os demais ativos financeiros registrados em conta de depósito em nome do clube;
  • Elaborar e divulgar, no mínimo, as informações previstas na regulamentação aplicável;
  • Efetuar todas as comunicações previstas em lei ou na regulamentação aplicável à CVM ou à entidade administradora de mercado organizado;
  • Manter serviço de atendimento ao cotista, ao qual cabem o esclarecimento de dúvidas e o recebimento de reclamações e denúncias, assim como tomar as providências cabíveis a cada caso, e registrar tudo;
  • Fazer cumprir as deliberações das assembleias gerais;
  • Assegurar que os cotistas recebam cópia do estatuto;
  • Contratar o gestor e o custodiante, se for o caso;
  • Controlar e supervisionar as atividades relativas à gestão da carteira do clube, atentando para indícios de ocorrência de condutas irregulares ou vedadas.

Gestão de carteira e estratégias de investimento

Como vimos antes, um clube de investimento deve necessariamente iniciar com 67% de seu patrimônio composto de títulos e valores mobiliários. Porém, mesmo compartilhando tais características, os clubes de investimento apresentam diferenças significativas.

Pilhas de moedas sobre gráficos e planilhas impressas, junto a um cofre de porco, representando planejamento estratégico

Essas diferenças são frutos da política de investimento que o gestor do clube executa. Essa política de investimento prevê como o clube concentrará seus investimentos. Dessa forma, existem clubes focados em manter seus títulos e valores mobiliários em longo prazo, outros em curto prazo.

Além disso, há clubes de investimentos focados no investimento em debêntures, outros em ações. Pode haver clubes que utilizam aplicações em derivativos como hedge (proteção de carteira) e outros não.

Enfim, o importante é que o investidor deve entender que cada clube terá a sua própria política de investimento. Além disso, tal política afetará a forma como o investidor alcançará os seus objetivos. Portanto, é muito importante que o investidor leia o estatuto e fique atento à política de investimentos.

Esperamos que com estes conhecimentos você se sinta mais confortável para considerar um clube de investimento como alternativa viável de investimento.

📰 Saiba mais:

O que é um clube de investimento: guia completo

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Continue com a gente. Continue com a MELVER!

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