O risco de perda faz parte do cotidiano dos investidores. O VaR – Value at Risk contribui para os investidores tomarem decisões melhores porque analisar os riscos de perda é um passo importante, principalmente, para aqueles investidores que anseiam ter sucesso nas operações financeiras.
O que é o Value at Risk (VaR)?
O VaR – Value at Risk é uma ferramenta utilizada no mercado financeiro para analisar a perda potencial máxima de um investimento. Em primeiro lugar, gostaria de informar ao leitor(a) a diferença entre perda potencial e perda máxima.
A perda potencial é a estimativa da perda máxima que uma carteira pode sofrer em um determinado horizonte de tempo, com um determinado grau de confiança. Já a perda máxima é o valor real da perda que uma carteira sofreu.
Para calcular o VaR, o investidor precisa ter em mãos, quatro variáveis: valor da carteira, coeficiente alfa que se refere ao nível de significância, desvio padrão da carteira e o horizonte do tempo.
Valor da carteira
A primeira variável refere-se ao valor da carteira (V). É o valor de mercado no momento em que está sendo calculado o VaR. Super simples. O investidor precisa apenas consultar o valor do momento para calcular o VaR.
Coeficiente alva
A segunda variável é o coeficiente alfa (α), que é um número que multiplica uma variável ou uma constante de equação ou fórmula. Neste caso, o coeficiente alfa está atrelado ao nível de significância e o mais usado para cálculo do VAR é 5%, isso quer dizer que, quando o nível de significância for de 5% a confiança de 95%, estamos afirmando que, de uma amostra de 100 observações, 95 apresentariam um mesmo parâmetro. Como o VaR trata do potencial de perda e não de ganho, é preciso ter um alfa abaixo: em vez de se utilizar o alfa para 95% de confiança de 1.96, utiliza-se o alfa para 90% de 1,645.
O conceito do nível de confiança meio da estatística e pode ser aplicada em análise de gestão de risco. Por hábito, o nível de confiança é geralmente expresso em porcentagem, entre os mais aceitáveis, estão os níveis de confiança de 90%, 95% e 99%.
Desvio padrão
A terceira variável refere-se ao desvio padrão (σ), que é uma medida de dispersão de um conjunto de dados. É uma medida de quão próximos ou distantes estão os valores de um conjunto de dados da média.
Nesse sentido, o desvio padrão alto indica que os valores de um conjunto de dados estão espalhados amplamente em torno da média e o desvio padrão baixo indica que os valores de um conjunto de dados estão próximos da média.
Por exemplo, um investidor está considerando investir em ações de uma empresa de alimentação. O desvio padrão das ações da empresa é de 6%. Isso significa que, em média, o preço das ações da empresa pode variar 6% em um ano. O investidor pode usar esse conhecimento para determinar se está disposto a assumir o risco de investir em ações dessa empresa.
Tempo do investimento
E por fim, a última variável é o horizonte de tempo ( √ t). O investidor precisa definir o horizonte do tempo porque o VAR é proporcional à unidade de tempo utilizada. Assim, é claro que o VaR de um mês será superior ao VaR de um dia. A grande vantagem do VAR é que ele pode ser usado por diferentes tipos de unidades de tempo, ou seja, anos, meses e dias.
Hora do exemplo de aplicação do VaR.
Suponha que uma determinada carteira possui valor de mercado de R$1 milhão. Seu desvio padrão diário é de 1%. Qual é o VAR considerando que o nível de significância é de 95%.
Para o cálculo do VAR, utiliza-se a seguinte fórmula:
VAR = V x coeficiente alfa α x desvio padrão σ x √ t
VaR = 1.000.000 x 1,645 x 0,01 . √1 = R$ 16.450.
Desta forma, conclui-se que o limite de perda diária seria de R$ 16.450. A cada 100 dias, em apenas 5 dias a perda poderia ser superior a esse valor.
Críticas ao VaR
Uma das críticas a utilização do VaR é que ele pressupõe a observação de distribuição normal . A distribuição normal é outro conceito emprestado da estatística aplicado em estudos financeiros. A distribuição normal é uma ferramenta usada para descrever, compreender e analisar uma variedade de fenômenos, pois ela se aproxima de muitos fenômenos naturais. Entretanto, quando se refere a análise dos resultados dos produtos do mercado financeiro, nem sempre o resultado está nos limites da distribuição normal.
Outra crítica é em relação ao uso de séries históricas usadas para estimar o VaR. O investidor precisa ter consciência que a série passada não reflete o comportamento de uma série no futuro. Portanto, o VaR pode não apresentar um resultado compatível com a realidade de um futuro próximo.
Em suma, o VaR é uma ferramenta útil para estimar o risco de uma carteira, por ser simples e sintético, porém é importante lembrar que ele é apenas uma estimativa. A perda máxima real pode ser maior ou menor que o VaR.
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