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Efeito de Estruturação (Framing)

Este artigo aborda o viés de framing, demonstrando como a percepção é moldada pela apresentação de informações, afetando decisões e julgamentos.

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psicologiaA compreensão do viés de framing abre portas para a análise crítica das nossas decisões. Diariamente, tomamos escolhas influenciadas por como as informações nos chegam. Por exemplo, a forma como uma notícia é veiculada pode alterar completamente a nossa percepção sobre o fato. Este artigo tem como objetivo desvendar os mecanismos do viés de framing e suas repercussões em diferentes esferas da vida.

Decisões políticas, práticas de consumo, julgamentos jurídicos e movimentos sociais frequentemente sofrem impacto desse viés. Por isso, analisar os fundamentos do framing é essencial para desenvolver um pensamento mais crítico. A economia comportamental já demonstra que não somos tão racionais quanto presumimos. As emoções e a forma de apresentação das opções têm grande peso em nossas escolhas.

Por isso, neste artigo vamos explorar, com profundidade, o conceito de framing, estabelecendo conexões com áreas como política, mídia, direito e saúde. Além disso, propõe estratégias para mitigar os efeitos desse viés, promovendo uma tomada de decisão mais consciente e menos suscetível a manipulações. Por fim, a intenção é fornecer ao leitor ferramentas para reconhecer e resistir à influência do viés de framing.

No fim, teremos abordado os seguintes tópicos:

  • Fundamentos do Viés de Framing
  • Viés de Framing na Psicologia
  • O Viés de Framing na Economia Comportamental

Fundamentos do viés de Framing

O viés de framing emerge quando a mudança na apresentação da mesma informação altera o julgamento das pessoas. Assim, a forma como se enquadra uma situação influencia diretamente nossa percepção e decisão. Esse fenômeno se baseia na ideia de que os indivíduos reagem de maneira diferente a uma escolha, dependendo de como ela é apresentada.

Especialistas em economia comportamental, como Daniel Kahneman e Amos Tversky, exploram a fundo esse conceito. Eles demonstram que a aversão ao risco das pessoas muda conforme o contexto. Quando diante de ganhos potenciais, tendemos a ser conservadores. Contudo, se nos deparamos com potenciais perdas, a propensão ao risco pode aumentar. O viés de framing se manifesta de maneiras variadas e se infiltra em áreas diversas — da publicidade às negociações políticas, moldando opiniões e comportamentos.

Além disso, a linguagem empregada para descrever as opções é um componente crítico do framing. Palavras com conotação positiva ou negativa podem induzir a escolhas distintas, mesmo quando as consequências se mantêm as mesmas. Reconhecer esses fundamentos é o primeiro passo para resistir à manipulação sutil que o viés de framing pode exercer em nossas decisões diárias. Ao compreender seus mecanismos, abrimos caminho para uma análise mais objetiva de nossas escolhas e da informação que nos cerca.

Viés de Framing na Psicologia

Na psicologia, o viés de framing revela como a forma de apresentação de um produto ou serviço influencia a mente humana. Por exemplo, dizer que uma cirurgia tem 90% de chance de sucesso invoca uma resposta mais positiva do que afirmar que há 10% de chance de falha. Embora as estatísticas sejam idênticas, o enquadramento positivo encoraja uma percepção de resultado favorável.

Pesquisadores descobriram que esse viés tem raízes profundas na cognição humana. Ele toca em aspectos fundamentais como o otimismo irreal e a aversão à perda, que são tendências comportamentais bem estabelecidas. Além disso, o framing interage com a heurística de disponibilidade, onde a frequência com que algo vem à mente afeta nossa percepção de quão comum ou provável é.

Entender o viés de framing abre portas para a melhoria da comunicação em saúde mental, marketing e até na justiça criminal. Psicólogos utilizam esse conhecimento para moldar intervenções terapêuticas e ajudar pacientes a compreender informações de maneira mais clara e equilibrada. Alguns assessores de investimento também utilizam-se de estratégias de framing para direcionar as decisões de investimento de seus clientes, infelizmente.

Ao passo que a sociedade se torna cada vez mais consciente do impacto desse viés, a psicologia continua explorando maneiras de mitigar suas influências. É essencial promover um pensamento crítico e analítico, para que as pessoas possam reconhecer quando suas decisões estão sendo indevidamente moldadas pela maneira como as opções são enquadradas. Isso é fundamental, por exemplo, quando pacientes tomam decisões sobre tratamentos médicos ou quando consumidores avaliam produtos e serviços.

O Viés de Framing na Economia Comportamental

Na economia comportamental, o viés de framing ocupa um papel central ao analisar como as pessoas tomam decisões econômicas. Investidores frequentemente enfrentam escolhas apresentadas de formas distintas, o que afeta suas ações no mercado financeiro. Quando uma opção de investimento é descrita enfatizando potenciais ganhos, as pessoas tendem a ter mais apetite ao risco. Por outro lado, se o mesmo investimento é descrito em termos de potenciais perdas, o apetite ao risco pode diminuir.

Estudiosos demonstraram que a forma como as opções econômicas são enquadradas pode alterar significativamente as preferências dos indivíduos. Através do famoso experimento da “Teoria das Perspectivas”, eles revelaram que os indivíduos são inconsistentes em suas escolhas, dependendo de como as perguntas são formuladas.

Empresas e marqueteiros aplicam o viés de framing para influenciar o comportamento do consumidor, apresentando produtos de maneira que pareçam mais atraentes. Assim, o preço de um item pode ser visto como mais vantajoso se comparado com produtos mais caros. Isso, mesmo que o valor absoluto não seja o mais baixo do mercado.

A economia comportamental busca desvendar essas discrepâncias cognitivas para criar estratégias econômicas mais eficazes e políticas públicas que considerem as verdadeiras motivações humanas. Portanto, compreender o viés de framing ilumina as falhas da racionalidade econômica tradicional, e também propõe caminhos para um planejamento financeiro mais consciente e realista.

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