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Conheça os leilões de Títulos Públicos

Descubra a importância dos leilões de títulos públicos na política monetária e para investidores. Saiba como participar desses leilões e entenda os benefícios e riscos dos títulos públicos. Continue com a MELVER para insights financeiros.

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Títulos públicos são instrumentos financeiros que o governo emite para captar recursos. Neles, investidores adquirem dívidas do Estado, obtendo rendimentos. Neste artigo, exploraremos a importância dos leilões de títulos públicos e como eles funcionam.Símbolo do Tesouro Nacional, responsável pelos leilões de títulos públicos

Os leilões de títulos públicos desempenham um papel crucial na política monetária. Por meio desses eventos, o governo obtém financiamento para projetos e políticas públicas. Além disso, os leilões possibilitam aos investidores diversificar suas carteiras e buscar segurança.

Para participar desses leilões, é fundamental entender o processo. As instituições financeiras credenciadas adquirem títulos públicos e posteriormente os utilizam como garantia em suas operações interbancárias. Assim, as taxas praticadas nesses instrumentos balizam os retornos de todo o mercado financeiro, o que cria muitas oportunidades.

Nesse sentido, abordaremos os seguintes tópicos:

  • Entendendo Títulos Públicos;
  • O Papel dos Leilões de Títulos Públicos;
  • Como Participar de Leilões de Títulos Públicos;
  • Canais de distribuição e Tesouro Direto.

Perceba que no fim falaremos um pouco do Tesouro Direto que é uma forma de colocação e negociação de títulos públicos, mesmo não sendo leilão.

Entendendo os títulos públicos

O governo emite títulos públicos por meio dos leilões para captar recursos dos investidores. Nesses títulos, o governo se endivida, enquanto o investidor se torna credor, recebendo rendimentos.

O governo garante esses investimentos, tornando-os considerados seguros. Dessa forma, são uma opção atrativa para quem busca baixo risco.

Conhecer os diferentes tipos de títulos é essencial para fazer escolhas adequadas. Entre eles estão, por exemplo, os Tesouro Selic, Tesouro Prefixado e Tesouro IPCA+.

O Tesouro Selic segue a taxa básica de juros, a Selic, usando-a como índice. Por outro lado, o Tesouro Prefixado possui rentabilidade fixa, definida no momento da compra.

O Tesouro IPCA+ corrige-se pela inflação, acrescendo-lhe uma taxa de juros, proporcionando assim proteção contra a alta dos preços.

Vantagens dos Títulos Públicos

Investir em títulos públicos pode ser vantajoso. Eles são uma forma de emprestar dinheiro ao governo, contribuindo para o desenvolvimento do país.

Esses investimentos têm liquidez diária, permitindo ao investidor resgatar o dinheiro a qualquer momento. Além disso, são acessíveis a diversos perfis de investidores.

Portanto, investir em títulos públicos também é uma maneira de diversificar a carteira de investimentos. Essa diversificação ajuda a reduzir os riscos e potencializar os rendimentos.

Os investidores também podem adquirir os títulos por meio do Tesouro Direto, uma plataforma de compra e venda online. Essa facilidade torna o processo mais democrático e acessível.

📰 Saiba mais:

Tesouro Direto: guia completo

Sua acessibilidade, liquidez e garantia governamental os tornam atrativos para investidores de todos os níveis de conhecimento e capital.

Riscos Associados aos Títulos Públicos

Por serem títulos de crédito soberano, investidores consideram os títulos públicos como investimentos livre de risco. Contudo, o investidor não deve entender que os títulos públicos não possuem qualquer risco. Ao contrário, os títulos públicos possuem risco de mercado, pois estão expostos ao risco de mercado da variação das taxas de juros.

O que os investidores precisam entender com a afirmação é que eles representam a remuneração mínima que o mercado pode oferecer. Em outras palavras, os títulos públicos representam o nível mínimo de risco que o investidor corre no mercado financeiro. Ainda, isso quer dizer que qualquer outro investimento vai oferecer mais risco do que os títulos públicos.

O Papel dos Leilões de Títulos Públicos

Os leilões de títulos públicos desempenham um papel estratégico na economia. Por meio desses eventos, o governo consegue captar recursos para financiar suas atividades e projetos.

O que são Leilões de Títulos Públicos?

O governo utiliza as receitas das emissões de títulos da dívida pública federal, feitas por meio de oferta pública, para cobrir diversas despesas. Tais despesas incluem, por exemplo: refinanciamento, juros e outros encargos da dívida pública, interna e externa, de responsabilidade do Tesouro Nacional.

Leiloeiro olhando compradores enquanto eles ofertam lances

O órgão responsável pela emissão e pelo controle dos títulos e pela administração da dívida mobiliária federal é a Secretaria do Tesouro Nacional.

As emissões competitivas (leilões) de títulos públicos no mercado primário têm como objetivo atender as necessidades de financiamento do governo federal, além de favorecer o funcionamento do mercado de títulos públicos no mercado secundário. Nas emissões, são oferecidos quatro tipos de títulos públicos federais:

  • LTN – Letra do Tesouro Nacional;
  • LFT – Letra Financeira do Tesouro;
  • NTN – F – Nota do Tesouro Nacional série F;
  • NTN – B – Nota do Tesouro Nacional série B.

Benefícios dos Leilões para o Governo e Investidores

Como já colocado, para o Estado Brasileiro a emissão de títulos permite o financiamento das mais diversas despesas que um Estado pode ter. Porém, para os investidores, os Leilões permitem a aquisição de títulos públicos a preço justo e que reflete a expectativa dos participantes do mercado.

Como Participar de Leilões de Títulos Públicos

Podem participar diretamente dos leilões de títulos públicos, apresentando propostas, as instituições habilitadas no Sistema Especial de Liquidação e Custódia (Selic) do Banco Central. A responsabilidade pela formalização dos leilões está nas mãos da Coordenação-Geral de Operações da Dívida Pública do Tesouro Nacional (Codin/STN).

As demais pessoas físicas e instituições só podem participar dos leilões por intermédio dos dealers.

Requisitos e Procedimentos

O sistema Selic, juntamente com os módulos Oferta Pública Formal Eletrônica (OFPUB) e Oferta a Dealers (Ofdealers), opera os leilões.

Martelo de leilão sobre teclado de um notebook

As instituições participantes dos leilões de venda organizam e enviam as propostas de venda em ordem decrescente de preços (ou ordem crescente de taxas). Já para o caso dos leilões de compra, a ordem é inversa: ordem crescente de preços (ou decrescente de taxas).

Na apuração das ofertas públicas de venda, utilizam-se os seguintes critérios, de acordo com o título oferecido:

  • Preços múltiplos: são aceitas todas as propostas com preço igual ou superior ao preço mínimo aceito na oferta de venda, denominado de “preço de corte”. Os títulos são vendidos pelo próprio preço constante das propostas vencedoras;
  • Preço único (preço uniforme): são aceitas todas as propostas com preço igual ou superior ao preço mínimo aceito na oferta de venda (“preço de corte”). Nessa modalidade, aplica-se um único preço, que corresponde ao preço mínimo aceito, a todas as propostas vencedoras.

Entendendo as Modalidades de Compra nos Leilões

São duas as modalidades de leilão:

  • Tradicional: quando a divulgação do lote ofertado ocorre de forma discriminada para cada vencimento específico. Essa modalidade é adotada nos leilões de venda LTN, NTN-F e LFT;
  • Híbrido: quando é definido o volume máximo do lote ofertado para um grupo de vencimentos. Em seguida, o Tesouro Nacional tem a prerrogativa de aceitar as propostas recebidas, até atingir o volume máximo previamente anunciado. Além disso, ele utiliza essa modalidade nos leilões de NTN-B e de compra de NTN-F.

O Tesouro Nacional divulga, ao final de cada ano, o calendário anual de leilões. Também informa as datas de realização dos leilões para o ano seguinte, assim como os títulos e os vencimentos que serão ofertados em cada evento.

Quando se tratar de compra de títulos pelo Tesouro Nacional, inverte-se os conceitos. Em outras palavras, são aceitas todas as propostas com preço igual ou inferior a um preço máximo (“preço de corte”), definido na análise das propostas.

Quando o Tesouro vende pelo menos 50% do lote ofertado, ele permite que os dealers comprem uma quantidade predefinida de forma não competitiva (segunda volta). O Tesouro determina um percentual do volume ofertado na segunda volta para cada dealer, dependendo de uma avaliação realizada.

O volume máximo ofertado na segunda volta dos leilões é fixado em 5% do volume ofertado no leilão competitivo para LFT e 20% para os demais títulos (LTN, NTN-F e NTN-B). O preço aplicado nessas vendas é a média ponderada dos preços das propostas aceitas no leilão competitivo.

Leilões de troca e de compra

Instrumento importante de gerenciamento de passivos do Tesouro, os leilões de troca de NTN-B têm periodicidade trimestral. Possuem a finalidade de alongar o prazo médio da dívida pública e, ao mesmo tempo, concentrar a liquidez nos títulos considerados benchmarks.

Nesses leilões, são emitidos os mesmos vencimentos de NTN-B ofertados no leilão de venda e, em troca, são aceitos títulos com vencimentos mais curtos. Os títulos, normalmente, aceitos na permuta são: NTN-B, LFT, NTN-C, NTN-I e NTN-A3.

Já os leilões de compra passaram a ser realizados apenas em situações de disfuncionalidade do mercado.

Canais de distribuição e Tesouro Direto

Pessoas jurídicas podem adquirir títulos diretamente pelas instituições financeiras, comprando títulos cheios, ofertados no mercado secundário. Também podem adquirir indiretamente, por meio de fundos de investimento que detenham em sua carteira os títulos públicos.

Já as pessoas físicas podem adquirir títulos públicos diretamente pela plataforma do Tesouro Direto. Essa plataforma surgiu em 2002, quando o Tesouro Nacional e a B3 se juntaram. O objetivo desta união era o desenvolvimento de uma estratégia que pudesse tornar o acesso aos títulos públicos mais democrático às pessoas físicas.

No programa, a B3 age como intermediadora das negociações, realizando os serviços de guarda dos títulos, fornecimento das informações diárias e movimentações dos saldos. Na compra dos títulos, tanto o registro quanto os títulos ficam vinculados ao CPF do investidor. Isso implica que não importa o que ocorra com a instituição financeira utilizada para a efetivação da transação, os títulos continuarão em seu poder.

Esperamos que com estes conhecimentos você enxergue a emissão de títulos públicos como algo bom e positivo para a nossa economia.

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